Por que a depressão e o alcoolismo vêm atingindo as consagradas duplas brasileiras
Você pode até não gostar do estilo, mas é
impossível contestar o sucesso que a nova música sertaneja está fazendo
no Brasil. Entre os cinco discos mais vendidos no País em 2011, dois são
de artistas do universo country. O álbum que mais tocou nas rádios e
casas brasileiras nesse período pertence à bela mineira Paula Fernandes,
que vendeu 1,25 milhão de cópias do seu “Paula Fernandes ao Vivo”. Logo
atrás, ocupando o segundo lugar, vem o sertanejo prodígio Luan Santana,
cujo “Ao Vivo no Rio” alcançou mais de 344 mil unidades – sem contar
outros milhares de cópias piratas que vendem como água nas barraquinhas
dos camelôs. Mas, enquanto o estilo sertanejo universitário conquista
cada vez mais ouvintes e alça seus intérpretes ao status de ídolos
nacionais, duplas consagradas, como Zezé di Camargo e Luciano e Bruno e
Marrone, têm enfrentado um período de forte turbulência. Separações,
internações, problemas com álcool e depressão se tornaram mais
frequentes do que a presença desses músicos nas paradas de sucesso.
A mais recente crise envolvendo o mundo sertanejo foi a internação, em 21 de novembro, do cantor Renner Reis, que fazia parte da dupla Rick e Renner. Separado desde o início do ano do ex-companheiro de palco por divergências musicais, Renner amargou resultados pífios em sua carreira solo e acabou sendo internado numa clínica de reabilitação. Segundo a assessoria do cantor, ele apresentou os primeiros sintomas de síndrome do pânico após um acidente de carro em 2001, quando foi considerado culpado pela morte de duas pessoas. Na ocasião, ao fazer uma ultrapassagem a 160 km por hora, Renner colidiu seu carro com uma moto na rodovia que liga as cidades de Americana e Piracicaba, em São Paulo. Apesar da exposição que o caso ganhou na época, a dupla seguiu lançando discos e fazendo shows até anunciar a separação, no final de 2010. Sobre a internação do ex-parceiro, Rick – que agora assina com o pseudônimo Rick Sollo – comentou no twitter: “Só posso dizer que Renner sabe por que a dupla acabou e que não existe volta. Torço por ele, mas preciso continuar minha vida.”
A mais recente crise envolvendo o mundo sertanejo foi a internação, em 21 de novembro, do cantor Renner Reis, que fazia parte da dupla Rick e Renner. Separado desde o início do ano do ex-companheiro de palco por divergências musicais, Renner amargou resultados pífios em sua carreira solo e acabou sendo internado numa clínica de reabilitação. Segundo a assessoria do cantor, ele apresentou os primeiros sintomas de síndrome do pânico após um acidente de carro em 2001, quando foi considerado culpado pela morte de duas pessoas. Na ocasião, ao fazer uma ultrapassagem a 160 km por hora, Renner colidiu seu carro com uma moto na rodovia que liga as cidades de Americana e Piracicaba, em São Paulo. Apesar da exposição que o caso ganhou na época, a dupla seguiu lançando discos e fazendo shows até anunciar a separação, no final de 2010. Sobre a internação do ex-parceiro, Rick – que agora assina com o pseudônimo Rick Sollo – comentou no twitter: “Só posso dizer que Renner sabe por que a dupla acabou e que não existe volta. Torço por ele, mas preciso continuar minha vida.”
Outro acidente que gerou polêmica na música sertaneja aconteceu em
maio, envolvendo o cantor Marrone, da famosa dupla Bruno e Marrone. O
músico foi acusado de pilotar um helicóptero que caiu em São José do Rio
Preto, interior de São Paulo, deixando o piloto profissional Almir
Carlos Bezerra sem parte da perna esquerda, e o primo de Marrone, Jardel
Alves Borges, com traumatismo craniano. Apesar das acusações, no
entanto, o sertanejo não foi considerado culpado pela queda, mas
desenvolveu síndrome do pânico após o incidente. O medo de voar de avião
o afastou dos palcos por 80 dias, o que gerou suspeitas de que a dupla
estivesse se separando. “Parei esse tempo para me tratar, descansar e me
recuperar mentalmente”, disse Marrone à ISTOÉ. “Mas dizer que estou me
separando do Bruno é maldade. Para nós não existe essa possibilidade.”
Se a separação entre Bruno e Marrone permanece na esfera da especulação,
Edson e Hudson, outra dupla de sucesso, revelaram recentemente que foi o
vício em álcool que os desuniu. Separados desde o início de 2010, os
irmãos – com 30 anos de estrada – reataram a parceria musical em
setembro. “Tanto eu como o Edson tivemos culpa na separação. Estávamos
tão fragilizados que permitimos que pessoas interferissem demais na
nossa vida, nos deixamos jogar um contra o outro e esse foi nosso maior
erro”, contou Hudson à ISTOÉ. Após um período de depressão, Edson
reconhece que a pausa no trabalho a dois foi importante para rever os
hábitos que tinham. “Nossa separação foi a nossa cura. Se não tivéssemos
nos separado naquele momento, poderíamos ter caminhado para nunca mais
voltar”, disse Edson. “E isso seria a morte para mim e para meu irmão.”
Nenhuma crise familiar, porém, chamou mais atenção do que o breve
afastamento de Zezé di Camargo e Luciano. Num show em Curitiba, em 27 de
outubro, Luciano subiu ao palco para anunciar que deixaria a dupla após
cumprir a agenda de shows de 2011. Nessa mesma noite, ao retornar para o
hotel em que estava hospedado, o músico teria ingerido remédios para
dormir com uísque, o que o levou a ser internado às pressas na UTI. Dias
depois, voltou atrás e retomou a carreira com o irmão.
Para a doutora em psicologia clínica, Teresa Creusa Negreiros,
professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro,
as agruras sofridas pelos ídolos sertanejos fazem parte do universo das
celebridades. “Famosos precisam de aplauso”, diz. “Mas quando essa
veneração acaba, eles caem num vazio existencial, muitas vezes
preenchido com o uso de drogas lícitas ou ilícitas.” Mas, segundo a
psicóloga, mais difícil do que lidar com a efemeridade do sucesso é
tolerar as diferenças de gênios. Lição que os solistas do momento, Paula
Fernandes e Luan Santana, já aprenderam.
Fonte: Paula Rocha / Istoé
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